segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

O desafio em se manter a atenção no tempo presente



Seu corpo existe no passado,
Sua mente existe no futuro
Com Yoga, eles se unem no presente”.
B.K.S Iyengar

Um conselho sempre recorrente, quando está se trabalhando e se auto- conhecendo é que devemos viver no agora. Entendemos o significado cognitivamente, mas de fato não sabemos como fazer. Claro que não existe um único jeito, uma vez que somos múltiplos e funcionamos de diferentes formas.
Minha compreensão atual sobre o que é viver no momento presente, é a possibilidade de se ter um nível de estabilidade mental que te permita observar o fluxo da mente e não se apegar aos pensamentos que ali passam, percebendo assim o que está acontecendo agora diante dos teus olhos, e ao fecharmos os olhos, o que está acontecendo dentro de você.
Manter este tipo de postura está completamente fora de nossos padrões e condicionamentos, principalmente porque não nos permitimos silenciar em nenhum momento no decorrer do nosso dia. É uma prática quase que inexistente. É no silêncio que nos deparamos com nossas angustias e isso ninguém quer. Imagino que as pessoas compreendem de modo geral que a angustia é algo ruim e ponto. Mas é dali que podemos dar saltos quânticos de percepção sobre nossas vidas.
Ter a possibilidade de assumir as rédeas de nossa vida está diretamente ligada com essa postura, pois assim saímos da ignorância e deixamos de culpar o mundo pelo o que nos acontece.
A minha forma de trabalhar a presença é pelo yoga. Seja pelos asanas, pranayamas e meditação.
Nas práticas dos asanas trabalhamos os alinhamentos, as ações musculares, que se integram com a respiração, possibilitando o acesso à mente. Por isso é dito que a prática dos asanas do yoga não são meramente exercícios físicos. Algumas posturas podem ser extremamente perturbadoras para mim e não está somente no aspecto da complexidade, existe algo nelas que desestabiliza o ritmo da minha respiração e traz uma confusão mental absurda. Meu único pensamento as vezes é que eu possa sair dela o mais rápido possível. Obviamente ali a presença foi para o brejo.
Nos Pranayamas, sentado ou deitado com o corpo imóvel tentamos manter o foco somente na respiração. Na meditação com o corpo e mente estáveis podemos acessar camadas profundas de nós mesmos. Existe muito tipos de meditações e, portanto, a vivência é que lhe fará escolher a que melhor te cabe.
            As pessoas que são muito ansiosas e agitadas, normalmente dizem que estas práticas são paradas demais e que não as servem. É exatamente o oposto! Talvez sejam as que mais precisam.
Enfim, o importante é encontrarmos as ferramentas que possibilitem limpar nossa lente de percepção e assim atuar de verdade na construção de sentido de nossas vidas.

Para o infinito e além!
Namâste!


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